O Jardim de Inverno dos Nibelungos é uma fanzine online e não pretende mais do que fazer a crónica de um mundo onde o exílio é voluntário. Sejam bem-vindos.
terça-feira, 31 de março de 2015
segunda-feira, 30 de março de 2015
O regresso dos XTC
Os ingleses XTC são, desde há muito,
uma espécie endémica no nosso Jardim. Depois do antes de Skylarking – com uma
pequena retrospetiva do período New Wave do grupo –, olhamos agora para o após daquele disco e viajamos até 1999, ano de Apple Venus Volume 1, prova
definitiva que o passar do tempo nem sempre é sinal de conformismo, embora,
tantas vezes, seja este o destino de muitos.
domingo, 29 de março de 2015
Jefferson tinha um avião 1
Os Jefferson Airplane são um dos
mais amados grupos da convulsão psicadélica que varreu os Estados Unidos na
segunda metade dos anos 60, até ao momento em que os graves distúrbios no
Festival de Altamont (1969) encerraram a utopia Hippie resumida na célebre fórmula peace and love. Indiferente às circunstâncias do tempo e do
espaço, Crown of Creation, de 1968, continua a ser uma ótima fonte de prazer
para qualquer amante de música.
sábado, 28 de março de 2015
sexta-feira, 27 de março de 2015
quinta-feira, 26 de março de 2015
quarta-feira, 25 de março de 2015
O estranho caso de Farinha Master 1
Há ironias e ironias. Na Pop lusa,
nenhuma será mais reconhecida do que a de Rui Reininho – culta, cosmopolita,
narcísica, de salão. Depois, temos o outro lado – desconhecido, desconcertante,
a raiar o tumulto. Carlos Cordeiro / Farinha Master, personagem central dos Ocaso
Épico, ocupa, por direito próprio, este lugar revolto, vivido no limite. Por
isso, Farinha desapareceu precocemente, enquanto o portuense aguenta firme, ainda que, ironicamente, justaposto ao filho do Carreira e ao Ralph.
terça-feira, 24 de março de 2015
segunda-feira, 23 de março de 2015
domingo, 22 de março de 2015
Memória de Magalhães 1
A memória guarda com prazer o entusiasmo do falecido jornalista Fernando Magalhães ao balcão da discoteca
Contraverso, empenho que também podia ser sintonizado no alienígena Estranhas
Frequências, programa emitido na Rádio Universidade Tejo. Ao longo de anos,
Magalhães conseguiu o impensável: trazer à luz do dia música pouco mais do que
ignorada pelas próprias minorias.
sábado, 21 de março de 2015
Metade dos Kings of Convenience 1
No nosso Jardim, não é invulgar uma
plantinha lembrar-se, a propósito de algum motivo, de uma sua semelhante. Há dias, a chuva
levou-nos à Noruega dos Kings of Convenience, enquanto hoje passamos a metade
destes, Erlend Øye, e ao seu Unrest, que merece, pelo menos, uma
passagem tripla por entre os mil caminhos que cruzam este pequeno e discreto recanto do
planeta Terra.
sexta-feira, 20 de março de 2015
O bom canadiano 1
O Jardim não
esquece as sementes que o fundaram, aqueles alicerces que nos trouxeram até
aqui e nos dão alento para prosseguir até ao dia em que tudo acabe. De todos os
pais fundadores, nenhum será mais importante do que Leonard Cohen, que regressa
para mais um passeio entre a verdura e o florido que já quer anunciar a
desejada primavera.
The Modern Lovers ajudam a salvar o Rock
Por mais que se teimasse no inverso, em meados dos anos 70 era inegável que se aproximava o
fim do reinado do Rock Progressivo. O cerco foi levantado em vários pontos
geográficos e, por caminhos diversos, desimpediu-se o horizonte, no qual se
desenhariam o Punk e o seu após. Roadrunner, dos The Modern Lovers, é um desses
momentos que, simultaneamente, libertam e refundam.
quinta-feira, 19 de março de 2015
Eu divirjo, tu diverges, ele diverge... 1
Se é
possível datar o arranque da música Pop/Rock portuguesa entre 1979 e 1981, é
necessário aguardar mais uns anos para observar o nosso pequeno terramoto
Pós-Punk, cuja diversidade está, essencialmente, cartografada no duplo LP
Divergências (1986), da editora Ama Romanta, embora outros discos sejam também
relevantes, como as coletâneas da Dansa do Som, ligada ao Rock Rendez-Vous. No
entanto, foi o empreendimento de João Peste que trouxe à luz do dia um mundo
quase desconhecido, ajudando, assim, a fixar a imagem de uma época
invulgarmente criativa.
quarta-feira, 18 de março de 2015
terça-feira, 17 de março de 2015
Spleen fora de época
Habitar num país latino e em pleno
mês de março viver sob uma dieta climática própria das imediações do Báltico
obriga a uma perseverança inesperada. Para tornar tudo pior, é ainda
necessário percorrer a distância que
liga Almada a Vialonga, sem que a chuva dê tréguas a um pobre condutor ansioso
pelo bem-estar estival. Por isso, viramos a norte e vamos até à Noruega dos
Kings of Convenience, uma ótima opção para um spleen fora de estação.
segunda-feira, 16 de março de 2015
domingo, 15 de março de 2015
Dandy a solo
À boleia da
atual dedicatória aos ingleses Roxy Music, lembrou-se o Jardim de dar um pulo
no tempo e olhar para Bryan Ferry enquanto dandy a solo. O LP Boys and Girls,
de 1985, foi um merecido sucesso, no qual o antigo vocalista dos Roxy reforçou
a sua liderança no muito particular campeonato da Pop sofisticada e sensual. Moral da
história: um belo teledisco para desfrutar abundantemente.
sábado, 14 de março de 2015
Retoma industrial 1
A reciclagem não conhece limites e
nos últimos anos muitos se têm lembrado de reviver o pântano sónico dos velhos
tempos da primeira vaga da música industrial, florescida por altura do Pós-Punk. Perdido para sempre o contexto original, ensaiam-se, com engenho
variável, antigos sentimentos oriundos dos recantos mais sombrios da alma
humana. Antes que se instale, definitivamente, a primavera, as nossas plantas
partilham alguns dos preferidos.
sexta-feira, 13 de março de 2015
quinta-feira, 12 de março de 2015
35 anos depois
Especialmente talhados para banda
sonora contestatária dos primeiros anos das políticas de Margaret Thatcher, os
The Pop Group nunca foram propriamente fáceis de escutar e os seus LPs estão
repletos de arestas cortantes que o atestam. Passados 35 anos desde o fim,
regressam com Citizen Zombie, um disco que não atraiçoa a visão do mundo que o
grupo sempre fez questão de cantar. Desaconselha-se o teledisco a quem sofre de fotossensibilidade.
quarta-feira, 11 de março de 2015
Glam not Glam 1
Nos seus primeiros discos, os Roxy
Music foram capazes de fincar um pé no Glam Rock, enquanto o segundo
experimentava um outro terreno que fizesse da música dos ingleses algo
diferente daquela matriz. A sabedoria do grupo sustenta-se, principalmente,
numa ideia económica: limpar os excessos e remover as gorduras inúteis.
Desprovida disto, a música dos Roxy de então é menos um símbolo de uma época e
mais um sinal de um futuro relativamente próximo. Ao comando de tudo, Bryan Ferry
interpreta o papel de crooner bamboleante.
terça-feira, 10 de março de 2015
segunda-feira, 9 de março de 2015
Academismo Pop 1
Os The Dream Academy podem
reclamar-se da proximidade com alguns dos cultivadores mais exímios da Pop dos anos 80 – Prefab Sprout, The Blow Monkeys, Scritti Politti… Ainda assim, esta
academia esteve razoavelmente esquecida durante décadas, mas uma oportuna
reedição do ano passado fez plena justiça a um grupo demasiado bom para se
ficar como mera nota de rodapé da grande enciclopédia da música Pop/Rock.
domingo, 8 de março de 2015
Ari para sempre 1
Ari Up desapareceu demasiado cedo
deste mundo, que assim perdeu uma das figuras mais relevantes do Pós-Punk. Com
as The Slits, Ari reconfigurou o papel do género feminino no seio da música
Pop/Rock, desbravando caminho para os vindouros grupos de forte conotação
feminista. O LP Cut é, porventura, a obra tutelar desta emancipação, mas
ouvi-lo mal chega para disfarçar a tremenda falta que Ari nos faz.
sábado, 7 de março de 2015
sexta-feira, 6 de março de 2015
Super Laurie 1
Simbolicamente, o afeto juntou duas
partes distintas de Nova Iorque, mas que desde os anos 60 se cruzaram com
regularidade. Em Lou Reed pulsava a marginalidade de um novo género de Rock,
enquanto Laurie Anderson se movia nos salões mais vanguardistas da cidade. A
notoriedade global chegou-lhe, em 1981, pelo inusitado sucesso de O Superman,
que não fosse a insistência da BBC Radio 1, nunca teria passado de mais uma entre tantas outras obscuridades.
quinta-feira, 5 de março de 2015
quarta-feira, 4 de março de 2015
O velho Apolo 70
Os Capitães da Areia são mais uma
prova que a música portuguesa – quase – invisível é infinitamente melhor do que os pratos requentados que nos vão apresentando. Nasci para Enriquecer é um dos muitos desvarios
do disco A Viagem dos Capitães da Areia a bordo do Apolo 70, nome que não deixará de fazer
suspirar muitos dos antigos alunos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas,
da Universidade Nova de Lisboa.
O que é The National é bom 1
Só o futuro demonstrará se os
norte-americanos The National são, realmente, os fiéis depositários do
prestígio transversal conquistado, ao longo de décadas, pelos compatriotas
R.E.M., mas, até à data, tem sido possível ao grupo de Boxer manter esse
difícil equilíbrio entre o gosto do pequeno público e a aceitação de plateias
mais extensas. Deseja-se arduamente que continuem assim por muitos e bons anos.
terça-feira, 3 de março de 2015
Montanha-russa Pop 1
É o carrossel mais alucinante da Pop
dos nossos dias, uma montanha-russa sónica que não dá descanso a quem nela estiver
disposto a embarcar. tUnE-yArDs grava música repleta de alçapões e
manobras perigosas, guinadas desenhadas a noventa graus que se inscrevem na
carne de quem a escuta. Entre os nosso canteiros, assegura-se que vale bem a
pena aceitar o trepidante desafio.
segunda-feira, 2 de março de 2015
A Pop invisível
O mundo é mesmo assim, a luz a
incidir sobre uns e, raramente, a passar, sequer, nas imediações de outros. Por
isso, muito boa Pop permanece fora de circulação e a simples pronunciação de certos
nomes quase que soa a exaltação de um território obscurantista. Nada mais
errado, mas nem vale a pena invocar os argumentos que o confirmem. Como exemplo,
fica a maravilhosa música de Thao & Mirah.
domingo, 1 de março de 2015
Um norte-americano em Portugal 1
Darin Pappas é um norte-americano de
origem grega que, durante a década de 90, estacionou em Portugal, onde gravou,
sob o nome de Ithaka, um disco inesquecível, infelizmente há muito inacessível
a quem o queira guardar junto de si, Flowers and the Colour of Paint (1993). A
sua ficha técnica revela uma nova geração da música portuguesa, que não
participara diretamente na explosão de 1980, nem na agitação do Pós-Punk tardio
gerado pela Ama Romanta, de João Peste. Em plenos anos 90, a alma da Pop
nacional ia, assim, incorporando um património genético que lhe era,
praticamente, desconhecido.
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